O combate aos criadouros do mosquito Aedes Aegypti segue como principal forma de prevenção desta e de outras doenças, como Zika e Chikungunya. Confira as dúvidas frequentes
Ministério da Saúde monitora o cenário epidemiológico da dengue no Brasil. Para este ano, é esperado um aumento no número de casos. Dessa forma, desde 2023, a pasta tem atuado no combate ao mosquito Aedes Aegypti, na vigilância epidemiológica das arboviroses e na prevenção da dengue em todo o país. Febre, dor no corpo e articulações estão entre os sintomas mais comuns da doença.
Confira as dúvidas mais recorrentes e saiba como se prevenir.
1 – Quais são os principais sintomas da dengue?
Febre alta (acima de 38°C), dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo são os sintomas mais comuns. No entanto, a infecção por dengue também pode ser assintomática ou apresentar quadros leves.
2 – O que devo fazer se estiver com suspeita de dengue?
Nestes casos, é indicado buscar a unidade de saúde mais próxima para garantir uma avaliação do quadro e orientação para tratamento adequado dos sinais e sintomas apresentados.
3 – O que o Ministério da Saúde faz para combater a doença?
Para apoiar estados e municípios nas ações de controle da doença, o Ministério da Saúde repassou R$ 256 milhões para todo o país. Também foi criada a Sala Nacional de Arboviroses, que monitora 24 horas por dia e 7 dias por semana os dados regionais para responder prontamente aos sinais de alerta, como alta desproporcional no número de casos. Além disso, foram capacitados profissionais (agentes de combate a endemias) e foi regularizado o estoque de inseticidas, com distribuição periódica para todo país. Por fim, está em expansão o uso do método Wolbachia, que bloqueia no mosquito a capacidade de transmissão do vírus da dengue.
4 – Qual a razão para o aumento de casos de dengue em 2024?
A projeção do aumento de casos da doença se deve a fatores como a combinação entre calor excessivo e chuvas intensas – possíveis efeitos do El Niño – conforme aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS). E, ainda, ao ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue no Brasil.
5 – A vacina é a única forma de se proteger da doença?
Não. Evitar a proliferação do vetor da dengue, o mosquito Aedes Aegypti, segue como medida mais eficaz. As larvas do transmissor se desenvolvem em água parada. Dessa forma, é preciso empenho da sociedade para eliminar os criadouros com medidas simples e que podem ser implementadas na rotina, como tampar caixas d’água e outros reservatórios, higienizar potes de água de animais de estimação, tampar ralos e pias, entre outras.
O Ministério da Saúde sugere que a população faça uma inspeção em casa pelo menos uma vez por semana para encontrar possíveis focos de larvas. Além disso, é recomendado que a população receba bem os agentes de saúde e agentes de combate às endemias. Por fim, recomenda-se como medida adicional de controle o uso de repelentes e a instalação de telas mosquiteiras, especialmente nas regiões com maior registro de casos.
6 – Quando a vacina da dengue chega ao Brasil?
As primeiras doses chegaram no último sábado (20), com uma remessa de cerca de 750 mil unidades. Além dessa, o Ministério da Saúde receberá outras remessas, totalizando 6,5 milhões de doses até o final do ano – sendo 1,3 milhão por meio de doação pelo laboratório fornecedor e 5,2 milhões compradas pela pasta.
Para 2025, o ministério já contratou 9 milhões de doses.
7 – Porque não terá vacina para todos no Sistema Único de Saúde (SUS)?
O laboratório tem uma capacidade limitada de fabricação da vacina. Dessa forma, cerca de 3,2 milhões de pessoas devem ser vacinadas em 2024, já que o imunizante precisa ser aplicado em duas doses, com intervalo mínimo de três meses.
8 – Qual será o público vacinado em um primeiro momento?
Nesse momento, a estratégia inicial para a vacinação contra a dengue contemplará indivíduos na faixa etária de 10 a 14 anos, 11 meses e 29 dias, que residem em localidades prioritárias, com critérios definidos a partir do cenário epidemiológico da doença no país.
9 – Por que os idosos não estão sendo priorizados com as vacinas disponíveis?
É preciso esclarecer que a vacina adquirida pelo Ministério da Saúde possui indicação em bula para pessoas na faixa etária de 4 a 60 anos de idade.
10 – E as crianças mais novas, não precisam da vacina?
O ministério segue as recomendações da OMS e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que liberou o imunizante para a população pediátrica acima de 4 anos. A decisão foi tomada com base nos resultados dos testes clínicos.
11 – Quando começa a vacinação no Brasil?
A previsão é que as primeiras doses sejam aplicadas em fevereiro.
12 – A imunização ocorrerá em todo o país?
Não. A vacinação terá como ponto de partida as Regiões de Saúde com municípios de grande porte (população residente igual ou maior do que 100 mil habitantes) e que tiveram alta transmissão nos últimos 10 anos.
A lista das regiões e municípios foi pactuada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne o Ministério da Saúde, secretarias estaduais e municipais de saúde de todo o país.
13 – Essa vacina protege contra todos os sorotipos da dengue?
A eficácia em crianças e adolescentes foi comprovada contra os sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue. No entanto, a avaliação da eficácia contra o sorotipo 4 foi inconclusiva devido à quantidade limitada de casos durante o estudo. Para adultos, foram avaliados apenas a imunogenicidade e a segurança da vacina.
14 – O imunizante contra a dengue é seguro?
Sim. O Ministério da Saúde reforça que as vacinas oferecidas no SUS são eficazes, têm segurança comprovada e salvam milhares de vidas em todo o mundo.
15 – Quem já teve dengue pode receber a vacina?
Sim. A vacina é indicada para a proteção contra o vírus da dengue em crianças, adolescentes e adultos de 4 a 60 anos de idade, independentemente de infecção prévia (soropositivos e soronegativos).
16 – Quanto tempo após a pessoa ter tido dengue a pessoa pode ser vacinada?
Após uma infecção pelo vírus da dengue, recomenda-se um intervalo de 6 meses para a administração da vacina.
17 – Quem está vacinado pode desenvolver a dengue grave?
Até o momento, é sabido que os estudos clínicos sobre a vacina apresentaram eficácia de 84,1% de proteção geral contra a doença e não houve sinais de alarme para questões associadas à segurança. Todavia, o imunizante está sob análise contínua no período inicial de implementação para averiguar se há algum risco maior na sua utilização na população.
18 – Essa vacina pode ser administrada junto com outras?
A vacina adquirida pelo ministério poderá ser administrada simultaneamente (coadministrada) com os imunizantes inativados do Calendário Nacional de Vacinação do Adolescente, considerando que os estudos apontam não haver interferência na resposta imunológica, seja na administração simultânea ou isolada desta vacina.
19 – Quem não pode receber a vacina da dengue adquirida pelo Ministério da Saúde?
- Crianças menores de 4 anos e idosos com 60 anos ou mais;
- Gestantes e lactantes;
- Pessoas com hipersensibilidade aos componentes da vacina ou a uma dose anterior;
- Pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida;
- Pessoas com infecção pelo HIV sintomática ou assintomática quando houver evidência de imunossupressão.
20 – Essa vacina protege contra zika, febre amarela e chikungunya?
Não, a vacina não oferece proteção contra outras arboviroses. Sua eficácia é exclusiva para a prevenção da dengue.
21 – Como foi o processo de incorporação da vacina?
O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde. O Ministério da Saúde incorporou a vacina, em dezembro de 2023. A inclusão foi analisada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec) de forma prioritária e em regime de urgência.
Rafael Secunho
Ministério da Saúde
Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/janeiro/dengue-conheca-os-principais-sintomas-e-saiba-como-se-proteger-do-virus